MATERIALISMO E CONSUMISMO NO NATAL
Sempre achei o Natal uma época difícil porque me mostra os valores distorcidos que a nossa sociedade tem. Para mim, o Natal é sobre a celebração de mais um ano, um dia que conseguimos reunir a família inteira e, claro, dar-lhes um miminho porque sabe sempre bem. Com o espirito de dar, vem a troca de prendas.
Agora, eu acho que dar presentes é importante, no entanto, não acho que tenha de ser particularmente grande ou caro. Às vezes, os presentes que não são tão caros são os que são mais apreciados. Na minha opinião, devemos ter sempre em vista um orçamento específico que devemos tentar não ultrapassar. Algo que adoro quando estou a escolher um presente para alguém, é ter em conta os gostos da pessoa e tentar ficar o mais perto possível da prenda perfeita sem gastar muito dinheiro.
Dar presente pode, no entanto, causar algum stress à vida das pessoas. Especialmente nas chamadas famílias modernas. O que é que isto quer dizer? Passo a explicar. Actualmente, as pessoas vivem cada vez durante mais tempo, isto faz com que a família se alongue, ou seja, que existam várias gerações vivas. Depois temos ainda os divórcios e os segundos casamentos. Quando damos por ela, já estamos com uma cidade inteira a quem temos que dar prendas. É giro oferecer coisas pequeninas. Não penso que essas tenham algum mal. Mas quando uma criança, do topo de uma destas famílias recebe prendas de todos, é normal que comece a ficar com uma ideia de “no Natal recebe-se muita coisa” – logo aqui, começamos a criar mais um ser mega-materialista, e nem nos apercebemos. Numa sociedade cada vez mais pobre e cada vez com mais dificuldades, quem é que precisa de tantos presentes?
Na minha opinião, nestes casos as pessoas deviam falar umas com as outras para combinar presentes. Já que querem tanto oferecer, mais vale oferecer algo que faça realmente falta. Claro que podem receber uma ou duas coisinhas meramente materiais e sem qualquer uso fundamental para a sua existência – afinal de contas, todos gostamos. Mas o resto podem ser coisas realmente uteis que necessitamos e muitas vezes não temos oportunidade de comprar.
A quantidade de dinheiro que sai dos nossos bolsos nesta altura do ano directamente para as mãos dos donos das grandes marcas, de lojas e empresas é algo que me surpreende e me choca. Pode parecer que sou uma pessoa muito materialista, mas não sou assim tanto como possam pensar. Compro coisas que preciso e compro em quantidade, mas a preços reduzidos. Não é uma quantidade estrondosa de bens materiais que vai realmente fazer uma pessoa feliz. Então, vamos reflectir sobre isso e tentar melhorar os nossos hábitos. Um Natal focado no passar um serão em família a comer bem, ter boas conversas, ver filmes e jogar jogos de tabuleiro em conjunto, é bem capaz de ser um Natal melhor que o que temos hoje em dia, especialmente focado nas prendas.
Mas isto sou eu. Não sei se concordam ou não.
XOXO
❤
Sara Janssens, prazer.
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